Quem tem medo do vestibular?
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Modelo de ensino equilibrado desenvolve o potencial acadêmico de pré-vestibulandos e não os priva da vida fora da escola.
Por Isadora Falaschi e Isabela Franco
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Quantas vezes na sua vida pessoas já perguntaram o que você quer ser quando crescer? Esse questionamento é comum na sociedade e faz com que os indivíduos cresçam com a mentalidade de que precisam exercer alguma profissão rentável para terem, no futuro, sucesso pessoal e econômico.
Para satisfazer os padrões citados acima, primeiramente, deve-se garantir uma vaga em uma universidade através dos vestibulares, os quais vêm apresentando uma quantidade de participantes avolumada em relação aos anos anteriores, devido, entre outros fatores, ao desenvolvimento de projetos que possibilitem o ingresso de estudantes de todas as classes sociais nas universidades públicas e particulares.
A alta concorrência dos exames que garantem vagas no ensino superior exige que as escolas deem atenção apenas aos conteúdos contidos nos vestibulares, introduzindo-os na grade escolar desde o 6º ano do ensino fundamental, aprofundando-os no ensino médio. Esse método de aprendizagem, entretanto, impossibilita o trabalho para o desenvolvimento emocional dos alunos. Dessa forma, a preparação para esses exames fica desequilibrada, visto que o estudante tem um conhecimento abrangente dos conteúdos, mas falta-lhe equilíbrio emocional suficiente para enfrentar o vestibular.
Esse fator é de extrema importância aos jovens que estão nessa fase. Pesquisas apontam que 81% dos estudantes brasileiros se declaram ansiosos antes de uma grande prova, devido ao receio de cometerem erros e passarem por uma reprovação social. São números importantes que merecem um olhar mais crítico e aprofundado, o qual conduza à elaboração de práticas educacionais mais produtivas e menos opressoras.
Diante do atual modelo de aprendizagem utilizado pela maioria das escolas, o aluno, em ano de vestibular, deixa de praticar atividades lúdicas, esportivas e culturais para aplicar-se, exclusivamente, nos conteúdos escolares. Sem válvulas de escape, os futuros vestibulandos, segundo estudos na área, passam pela síndrome do pensamento acelerado, danificando a qualidade e velocidade do raciocínio. Além disso, o excesso de cobrança gera grandes descargas de cortisol, hormônio do estresse que colabora para o aumento da agressividade, tom de voz e impaciência. Nestes casos, a ajuda de professores e familiares é fundamental para que o estudante desenvolva métodos de controle emocional e que, chegada a hora dos vestibulares, consiga administrar seu nervosismo e
Assim como conteúdos escolares, o equilíbrio emocional também pode ser aprendido com tempo e esforço. Para isso, é necessário um ambiente saudável de estudos, um círculo de amizade dentro e fora da escola, sem enxergar amigos como adversários, a prática de esportes para liberação de dopamina e serotonina e um cronograma organizado.
Mesmo com todas essas atitudes, é inevitável que os vestibulares continuem causando preocupação nos candidatos. Contudo, a partir do momento que o estudante se certifica de que essa prova não o define, ele começa a apresentar resultados positivos e, assim, os vestibulares deixam de ser bichos de sete cabeças para se tornarem portas para um futuro brilhante e promissor.