No Olimpo da música, The Dark Side of the Moon figura entre os grandes

Após quase meio século, icônico álbum do Pink Floyd se mantém irretocável e atemporal.

Por Bruno Lucon e Caio Bueno
O lendário quarteto britânico Pink Floyd em 1973, ano de lançamento do álbum Dark Side of the Moon.

Oitavo trabalho da lendária banda inglesa de rock progressivo Pink Floyd, “The Dark Side of The Moon” é considerado uma das obras mais importantes da história da música, eleito inúmeras vezes, por revistas especializadas, como o melhor álbum já produzido no mundo. O disco foi lançado em 1º de março de 1973, contendo as músicas Speak to me, Breathe, On The Run, Time, The Great Gig In The Sky, Money, Us And Them, Any Colour You Like, Brain Damage e Eclipse, sendo elas apenas uma grande música, pois o álbum é ininterrupto, ou seja, segue sem pausas durante os 42 minutos de sua duração.

O álbum é concebido por meio de um grande pensamento filosófico, começando pela capa minimalista, que representa a dualidade intrínseca aos seres humanos, simbolizada por feixes de luz coloridos e um único feixe branco, que expressam, respectivamente, os sentimentos e valores humanos.

Metáforas existencialistas e filosóficas também estão presentes nas músicas que compõem o virtuoso trabalho. O álbum é iniciado com “Speak To Me”, que é introduzida por batidas do coração, representando tudo o que acontece naturalmente com os humanos e refletindo sobre suas ações e consequências vividas em uma sociedade. Em “Breath”, gritos desesperados evoluem para uma calmaria proporcionada por acordes menores e lentos, abordando a necessidade de trabalhar incessantemente em busca de algo, mas sem nunca parar de apreciar as conquistas. Na sequência, “On The Run” retrata toda a psicodelia e a experimentação musical que o Pink Floyd buscava à época, com o uso do sistema Surround Sound 5.1 e sintetizador VSC3. A música traz uma certa sensação de ansiedade, junto com algumas risadas e passos ouvidos ao fundo.

A quarta música do álbum é a clássica “Time”, que se inicia com o som de ponteiros de relógio e despertadores. O baixista Roger Waters, principal compositor da banda, conta que sua mãe se importava muito com educação e sempre dizia que a juventude era o período mais importante da vida, o que lhe compeliu a questionar a importância do tempo.

A instrumental “The Great Gig In The Sky”, por sua vez, traz a vocalização improvisada de cantora Clare Torry, resultando em uma belíssima obra de arte composta de piano e vocal. Em seguida, a icônica “Money” expõe a forma como as pessoas se deixam manipular e influenciar pelo dinheiro, criticando as relações permeadas pelo interesse e pela exploração. Na mesma linha temática, “Us And Them” representa a relação entre os indivíduos e a sociedade como um todo, destacando-se pela leveza dos arranjos sutis e expressivos de Richard Wright.

“Any Colour You Like”, como o próprio nome sugere, representa a liberdade humana em relação às decisões, independentemente de suas características pessoais. A canção é procedida da psicodélica “Brain Damage”, inspirada na mente criativa dos primeiros anos do Pink Floyd, Syd Barrett, genial vocalista e compositor da banda entre 1965 e 1969. A letra descreve uma pessoa que sofre com distúrbios mentais, assim como Barrett, consequência do uso intenso de drogas psicodélicas, em especial ácido lisérgico (LSD).

“Eclipse” encerra o clássico álbum fazendo acepções sobre a loucura de viver e julgar-se são em mundo que, segundo metaforiza a canção, está repleto de lunáticos.

Curiosidades

O álbum é um dos mais importantes e vencedores da história da música, tendo conquistado 24 discos de platina apenas nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.

O álbum está a quase 1.000 semanas nas listas da Billboard, uma das métricas mais importantes quando se trata de música.

O LP é o terceiro álbum mais vendido da história fonográfica, com cerca de 50 milhões de cópias vendidas até hoje.